Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), mais de 73 milhões de pessoas sofrem de insônia no país. Esse é um distúrbio do sono que se torna cada vez mais comum, principalmente com o aumento do estresse e ansiedade na população. Rosana Simões, especialista em clínica médica que atua nas áreas de Medicina Preventiva, Integrativa e Regenerativa, explica que a condição pode ser motivada por uma série de fatores, combinados ou não, que impedem o paciente de obter uma rotina adequada de sono. Como consequência, diversos aspectos da vida podem ser prejudicados, com interferências na saúde mental e física.

O papel da alimentação

Rosana, que também é especialista em gastroenterologia, comenta que a alimentação possui uma função essencial para o cérebro, o que pode também influenciar diretamente a saúde do sono. “Se toda a água do cérebro fosse extraída, e ele decomposto em seu conteúdo nutricional, o que sobraria da estrutura? A maior parte do peso de seu cérebro desidratado é composto por gorduras também conhecidas como lipídios. Na matéria remanescente, você encontraria proteínas, aminoácidos, traços de micronutrientes e glicose. O cérebro é mais do que a soma de suas partes nutricionais, obviamente, mas cada componente certamente tem um impacto específico no funcionamento, desenvolvimento, humor e energia”, explica.

Como exemplo, Rosana cita aquela apatia após o almoço ou falta de sono quando já é tarde da noite, que pode ser simplesmente o efeito da comida no cérebro. “Embora o cérebro humano constitua apenas 2% do peso do nosso corpo, ele utiliza 20% dos nossos recursos energéticos. A maior parte dessa energia vem dos carboidratos que o nosso corpo transforma em glicose, ou açúcar no sangue. Os lóbulos frontais são tão sensíveis à queda de glicose, que a mudança no funcionamento mental é um dos primeiros sinais de deficiência de nutrientes”, esclarece.

Dieta saudável

Já que a alimentação é uma das principais formas de prevenir a insônia, Rosana cita alguns tipos de nutrientes que não podem faltar na rotina. “As gorduras ômega-3 e ômega-6 são as mais importantes para o cérebro. Esses ácidos graxos essenciais previnem condições degenerativas do cérebro e devem vir da nossa dieta. Logo, comer alimentos ricos em ômega-3, como nozes, grãos e peixes gordurosos é crucial para a criação e manutenção de membranas celulares”, comenta.

Além disso, Rosana ainda fala sobre a importância das proteínas, aminoácidos, entre outros nutrientes. “Os aminoácidos contêm os precursores dos neurotransmissores, mensageiros químicos que carregam sinais entre neurônios, afetando coisas como o humor, sono, atenção e peso. Antioxidantes, em frutas e vegetais, fortalecem o cérebro no combate aos radicais livres, que destroem células cerebrais, permitindo que seu cérebro funcione bem por um longo período de tempo. Enquanto isso, ainda temos os micronutrientes, como as vitaminas B6, B12 e ácido fólico, que previnem contra doenças cerebrais e ao declínio mental. Traços de minerais, como ferro, cobre, zinco e sódio, também são fundamentais para a saúde do cérebro e o desenvolvimento cognitivo inicial das crianças. Uma dieta variada fornece uma mistura balanceada de neurotransmissores e mantém seu ânimo, impedindo que ele vá de um extremo a outro”.

Por fim, para manter a capacidade cerebral é fundamental optar por uma dieta variada de alimentos ricos em nutrientes. “Quando se trata do que você morde, mastiga e engole, suas escolhas têm um efeito direto e de longa duração no órgão mais poderoso do seu corpo. Saiba disso e pense antes de errar, ok?”, ressalta.

Fonte: Rosana Simões, especialista em clínica médica, gastroenterologia, hematologia, transplante de fígado e terapia intensiva.

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