“No momento de início da atividade, é ideal que a glicemia capilar esteja entre 100 e 200 mg/dl antes do início do exercício. Recomendo que qualquer atividade que requeira atenção, seja uma corrida, uma palestra, uma defesa de tese ou até uma entrevista, siga esses valores”, explica Emerson Bisan, educador físico diretor de Atividade Física do Correndo pelo Diabetes (CPD), organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo social estimular a prática regular de atividade física como ferramenta de promoção da saúde e inclusão da pessoa com diabetes.
Convivendo com diabetes tipo 1 desde 1995 e acompanhando há 20 anos pessoas com diabetes que praticam atividade física, Bisan diz que esse intervalo traz segurança para minimizar ao máximo possível a chance de uma hiperglicemia ou hipoglicemia, o que prejudicaria a concentração, coordenação e capacidade de tomar decisões, desde a escolha das palavras numa palestra até aumentar ou reduzir a velocidade durante uma corrida.
Durante os exercícios, a contração muscular desempenhada é capaz de translocar a proteína transportadora de glicose sem a necessidade da ação da insulina, isso porque as células dos músculos possuem grande quantidade de transportadores de glicose, baixando, assim, os níveis glicêmicos. Isso faz o exercício físico ser considerado parte da linha de cuidado do diabetes.
Confira abaixo as cinco dicas que Bisan deixa para quem tem diabetes e quer começar a praticar atividade física regular.
- Hipoglicemias podem acontecer. Saia sempre com “carboidrato pra dar volta ao mundo”;
- Sempre procure um profissional de educação física antes de iniciar uma nova atividade física, e não se esqueça de conversar com o(a) seu(sua) médico(a) sobre os ajustes de dose e medicação oral;
- Antes da atividade, pergunte-se: qual é a sua glicemia naquele momento?
- É importante fazer uma refeição com carboidratos complexos;
- É importante se preparar para o tempo de duração da atividade.
“Na grande maioria das vezes, nos preparamos durante anos para uma competição ou prova, e, na ‘hora H’, a glicemia não estava como gostaríamos. Por isso, é preciso saber lidar com qualquer variável para realizar uma atividade física com prazer, conforto e segurança”, finaliza o educador físico.
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda: caso a glicemia capilar esteja < 100 mg/dl, recomenda-se a ingestão de 15 g a 30 g de carboidrato de rápida absorção e esperar 15 a 30 minutos para nova verificação. Quando a glicemia capilar está mais elevada, principalmente > 200 a 300 mg/dl, na ausência de cetose, é possível realizar os exercícios com cautela e observação presencial ou utilizar 1-3 unidades de insulina de rápida ação antes de dar início aos mesmos.
Fonte: Gengibre Comunicação
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