Muitas pessoas se automedicam na expectativa de aliviar sintomas rapidamente e não gastarem tempo indo ao médico, mas os riscos desse ato podem ser extremamente graves. Ingerir medicamentos sem consultar previamente um profissional de saúde especializado pode prejudicar o tratamento da enfermidade e até levar a óbito. Em plena pandemia de Covid-19, apesar desse cuidado se mostrar ainda mais evidente e importante, dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que 77% dos brasileiros fazem o uso de medicamentos sem qualquer orientação médica.
Infelizmente, o problema não se restringe ao Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais da metade de todos os remédios são prescritos, vendidos ou dispensados de maneira inadequada. Por esse motivo, para que as pessoas se mantenham saudáveis, elas precisam consultar um profissional da área de saúde que prescreve o medicamento da forma apropriada.
Inclusive, é importante que o paciente seja acompanhado pelo seu médico durante todo o processo de tratamento; as visitas ao mesmo são essenciais tanto antes da ingestão do remédio quanto depois, para que as causas e efeitos sejam perfeitamente avaliadas. Esse processo pode ser desgastante e cansativo e, em determinados momentos, a automedicação pode ser vista como uma alternativa rápida para aliviar a dor. No entanto, é um ato muito perigoso e que pode ter diversas consequências, sendo várias delas muito severas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também salienta que a escolha de uma medicação deve ser feita a partir de critérios técnicos e científicos, pois “os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto”. De acordo com dados, de 2006, da Abifarma (Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas), que servem como base para o estudo de especialistas até hoje, anualmente cerca de 20 mil pessoas morrem no país vítimas da automedicação.
Contudo, há vários outros problemas que podem ser provocados pelo uso inadequado de medicamentos, como uma intoxicação devido à quantidade incorreta de doses, ou a alergia a uma substância específica presente no remédio. Há também a possibilidade do remédio mascarar o diagnóstico correto da enfermidade da pessoa e, se combinado com algum outro medicamento, provocar uma superdosagem. Além disso, o paciente pode ser levado a algum tipo de dependência com a automedicação.
Portanto, a comercialização de medicamentos e a acessibilidade é essencial, mas a responsabilidade deve vir em primeiro lugar. É preciso oferecer inteligência e maior assertividade em ações para prevenção e saudabilidade, por isso o tratamento deve ser feito ao lado de um profissional especializado em saúde.
* Alexandre Máximo é CEO da Medipreço, healthtech especializada no cuidado à saúde e bem-estar de colaboradores de empresas.
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